Preocupado com o tempo ele subiu novamente para o quarto
para buscar um casaco, colocou-o sobre o ombro e a pensar
retornou a sala, onde tudo começara.
Um amor sem limites, desses de pulsar e vibrar, onde loucuras
foram realizadas, uma vida de desatinos, seus olhos espelhava
felicidade, sua voz saia como uma melodia suave aos ouvidos,
era o percurso natural da vida, se entregar de corpo e alma,
amar até a última gota e não perder um sorriso,
um abraço e se inebriar em beijos.
Voltando a realidade, pegou sua mala e foi em direção ao seu
carro, o mesmo de tanto anos atrás, onde dias lindos passou
com sua amada, dias de primavera, onde a leveza do sol embalava
o seu amor, não era possível viver naquele lugar, onde o tempo
com sua mão arrasadora se incumbiu de voar e levar sua amada
onde ele não poderia estar, viver seria mudar o enredo da vida,
reformular a história.
Ligou o carro em meio a lágrimas e seguiu em direção ao futuro,
na intenção de encontrar um alívio pra sua dor,
sua mente já era consumida por seus pensamentos,
perdê-la no auge do seu amor não era justo e nem perdoável,
pra ele ela era uma menina totalmente indefesa, alvo de uma
crueldade da vida. Estacionou seu velho carro e conferiu no papel
o endereço, estava certo, com muita tristeza ele desceu do carro e a
passos lentos quase parando ele se foi para o asilo, Lar dos solitários,
um lugar para idosos com mais de 65 anos, subiu as escadas e deixou
para trás sua menina que iria completar seus 70 anos,
e levou somente o desejo de aprender a sobreviver ...
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...continuarei a escrever." Clarice Lispector
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Minha menina
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11 comentários:
Levou consigo o desejo de seguir também, a vida já o ensinou que sempre há algo mais onde vamos e estamos, é só saber viver onde quer que estejamos.
Ele seguiu o seu rumo e deixou para trás uma parte de si, o amor da sua vida. Mas é imperioso continuar, não se deixar vencer e prosseguir, reaprendendo a viver.
Nanda, deu um nó na minha garganta. Ando sensível ultimamente, e ler essas coisas me faz chorar... Mas não é mesmo esse o objetivo da boa leitura: mexer com nossas emoções?
Teu blog cada vez mais lindo e cheio de sentimentos!!!
Beijos doces cristalizados!!! :o*
Amiga...
Eu também estou muito sensivel, então fiquei eu a meditar sobre o que li...
Quantas vezes eu me pergunto onde andas uma parte de mim que deixei partir sem mesmo querer tentar lutar???
Ah... Esquece!!!
Bjs
Janaína
Bom fim de semana.
marinheiroaguadoce a navegar
Bah, guria, um dia espero poder viver isso. Amar minha menina numa idade assim. Espero que eu e ela estejamos numa casa nossa, e que estejamos lá bem felizes e um ajudando o outro e dando amor a ambos.
Beijos querida!
Marcos Ster
Ps:Guria, muito obrigado pela tua sinCERIDADE. ADOREI QUERIDA! LEIA CHE. TENHO MAIS ALGUNS LIVROS PARA LER DO CHE, VOU PEGÁ-LOS E DEPOIS INDICO PRA GALERA.
A leitura,enche minha solidão.
A leitura,me deixa em paz comigo.
Beijos pra ti!
E quemm disse que o amor tem idade? Vamos ser sempre garotos e meninas toda vez que o sentirmos dentro de nós.
Beijo Dália!
Ei menina,
que conto bonito, triste, mas bonito.
E me remete a pensar, na situação de vida, dos homens e mulheres que ultrapassam a casa dos 60 anos.
E o amor, ah! o amor. Esse sentimento que nos contagia em qualquer tempo. E, antes que envelheça, estou esperando o meu chegar de novo.
Um abraço
Triste... mas belo.
Intensamente real.
Fizeste-nos sentir TUDO!
Bjinhos e obrigada por isso...
texto lindissimo que me pos de lágrima no olho...
aparece no meu covil de Loba Alpha e aceita o desafio que te faço:)
xi
maria
A palavra assusta, mas um asilo pode ser um excelente lugar para velhos. Primeiro, se por acaso tiver filhos, vai livrar-lhes desta carga que é cuidar de um idoso. Segundo, conhece-se outras pessoas, possibilitando fazer novas amizades. Por mais incrível que pareça, é um novo começo de uma etapa de vida. Recomeçar é sempre saudável.
Beijos!
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